Sebastian Ballister é o grande e perigoso marquês de Dain, conhecido como lorde Belzebu: um homem com quem nenhuma dama respeitável deseja qualquer tipo de compromisso. Rejeitado pelo pai e humilhado pelos colegas de escola, ele nunca fez sucesso com as mulheres. E, a bem da verdade, está determinado a continuar desfrutando de sua vida depravada e pecadora, livre dos olhares traiçoeiros da conservadora sociedade parisiense. Até que um dia ele conhece Jessica Trent...
Acostumado à repulsa das pessoas, Dain fica confuso ao deparar com aquela mulher tão independente e segura de si. Recém-chegada a Paris, sua única intenção é resgatar o irmão Bertie da má influência do arrogante lorde Belzebu.
Liberal para sua época, Jessica não se deixa abater por escândalos e pelos tabus impostos pela sociedade muito menos pela ameaça do diabo em pessoa. O que nenhum dos dois poderia imaginar é que esse encontro seria capaz de despertar em Dain sentimentos há muito esquecidos. Tampouco que a inteligência e a virilidade dele pudessem desviar Jessica de seu caminho.
Agora, com ambas as reputações na boca dos fofoqueiros e nas mãos dos apostadores, os dois começam um jogo de gato e rato recheado de intrigas, equívocos, armadilhas, paixões e desejos ardentes.


Título: O Príncipe dos Canalhas
Autora: Loretta Chase
Editora: Arqueiro
Ano: 2015
N° de páginas: 288


                                           Resenha publicada no Poesia que encanta a vida



E no coração negro e duro de lorde Belzebu, como nos pântanos de Dartmoor, a chuva doce caiu e uma semente de amor brotou naquela terra que até pouco tempo era estéril. ”

Como não se encantar por esse romance de época digno de Jane Austen. Quero parabenizar Loretta pela escrita leve, mas rica em detalhes e um humor irônico alfinetando a sociedade do século XVII e XVIII e claro, enfatizando preconceitos que ainda reinam em nossa querida sociedade do século XXI, onde ainda temos mulheres que acham que seu dever é só servir aos homens e nunca sentir prazer em obter conquistas ou pior ainda reprimir seus desejos sexuais, porque pode ser vista como “devassa” e “pervertida”.

Acima de tudo, queria pressionar seus lábios naquela boca dura e depravada e beijá-lo até perder os sentidos. ”

Um romance de época nada convencional. Com uma história que traz semelhanças do belíssimo conto-de-fadas A Bela e a Fera, O Príncipe dos Canalhas consegue unir uma linguagem sem tanto rebuscamento e uma pitada para lá de bem-vindo do gênero New Adult. Aqui Jéssica Trent é a Bela, mas bem diferente em personalidade. Irmã do sem noção Bertie, Jess é inteligente, sagaz, perturbadora, sedutora, determinada e muito bonita. Dona de uma estatura baixa, magra, branca como a neve e cabelos negros como a noite, Lady Trent é a londrina que chega a capital francesa para “salvar” seu irmão do caminho da perdição. O cafajeste que o colocou nesse caminho nada mais é que Lorde Trein, ou mais conhecido como Lorde Belzebu. Um homem que sofrera mais do que um ser humano pode sofrer e dono de uma beleza para lá de exótica.

Lorde Belzebu tem 1,95m de altura, moreno e musculo, mas dono de um nariz de rapina e olhos negros como de um corcel indomável. Tem uma fisionomia que assusta a todos. Foi renegado por seu pai que o odiou desde seu nascimento e abandonado por sua mãe que fugira com um amante e que mais à frente, descobrimos que ela simplesmente o salvou de morrer como ela nas Índias Ocidentais. Ele foi mandado aos 8 anos para um internato por seu pai, onde sofria abusos violentos feitos por seus coleguinhas. Tornou-se agressivo, violento em suas palavras e reações. Adotou uma postura dura diante os outros. Não sofreria mais. Causaria sofrimento aos outros. Enriqueceu mais do que seu pai e assim pagaria com a mesma moeda que seu gerador. Um cafajeste perfeito. Rico, instruído e pronto para desafios. Não queria ser conquistado por nenhuma mulher. Apenas as usava, principalmente as meretrizes. Seus amigos os invejam e um desses é Bertie que é mais sem cérebro e que quer imitar seu “mestre” e só se mete em confusão. Até que sua irmã chega a Paris e cruza o caminho de Lorde Belzebu que se ver encantado por aquela Mulher enviada pelo próprio Rei do Inferno.

Se ela fosse uma peça de porcelana de Sévres, uma pintura a óleo ou uma tapeçaria, ele a compraria imediatamente, sem reclamar do preço. ”

O hilário da história é a forma como o amor dele surge e vai os aprisionando um ao outro. Ambos sempre foram convictos que nunca cederiam para o amor. Jess já tinha mais de 25 anos e era considerada uma solteirona. Era assediada por vários homens, mas recusava os cortejos, pois queria ser dona de uma loja de quinquilharias e homem nenhum impediria seu sonho, até que o maior cafajeste da França aparece e tem uma beleza que deixa Jess enfeitiçada e sente desejos fortes e intensos por ele. Antes uma jovem recatada, agora uma virgem louca de paixão e que deseja constantemente que aquele Belzebu a tire desses devaneios. Por outro lado, Lorde Train não quer ser fisgado por uma dama. Ele sabe que é cilada, todavia cai. Ele desejava Jéssica, ou melhor, ele necessita dela.

“ Sognavo di te.
Ti desideravo nelle mia braccia dal primo momento ce ti visto.
Ho bisogno di ti. ”

Jess torna-se sua noiva, após eles passarem dos limites aceitáveis pela sociedade da época. Quase consumaram o ato sexual numa festa da nobreza. Tamanha a paixão que sentiam um pelo outro. Juntos eles perdiam toda a razão. Queriam apenas satisfazer seus desejos mais intensos um no outro.
Esse jogo de amor e ódio se estende até o final do livro, mas tudo deixa o romance mais delicioso e divertido, pois Jéssica se desvincula daquela imagem de mocinha indefesa, delicada, sem inteligência e principalmente que parece ser uma anja de tão casta que as mocinhas da Disney apresentam. Aqui ela é uma MULHER. Uma mulher forte, que não se cala diante de insultos, impulsiva até certo ponto, mas uma mulher corajosa e boa de briga. Cuidara de seu irmão e mais dez primos. Aqui ela não omite que tem desejos carnais. Pouco importa que a sociedade se escandalize. Nisso ela e Lorde Belzebu se encaixam perfeitamente. São determinados e ignoram os comentários sociais e maldosos. São o que são e pouco se interessam com opiniões alheias.

Desejava cada coisa terrível que havia nele...[...] o corpo morno e musculoso vibrando com energia, insolência e graça animalesca...os olhos negros e atrevidos [...] a voz grave zombando, rindo, gélida pelo desprezo ou provocante pelo desejo. ”

Seu amor é selvagem e chocante. Jéssica se entrega de corpo e alma e se depara com um homem cheio de marcas e feridas em aberto. Parece que elas ainda sangram e são o motivo do comportamento monstruoso de seu amado. O adorável é a paciência e a sinceridade dela com Lorde Belzebu. Ela não alivia a verdade. Ela diz na cara e isso parece que vai magoar ele, mas não acontece. Com o tempo, Sebastian acha que Jess é louca, porque o quer, todavia ele percebe que somente ela pode libertá-lo de seus medos. Ela é sua remissão e salvação. Sua carta de alforria. Jéssica está decidida a conquista-lo todos os dias. Ela o ama e não o abandonara nunca.

Será que Lorde Belzebu realmente deixara que seus sentimentos falem mais alto que sua ideia mal concebida de si mesmo que acha que não merece ser amado? Será que Jess aguentara firmemente as grosserias de seu amado?

No meio da história um segredo é revelado e isso é parte essencial do livro, pois é o caminho que levará Lorde Train a remissão de seus pecados e saberá que o Amor é dado a todos e aquela mulher que está ao seu lado é a pessoa que o levará para o caminho da salvação e da paixão diária.

A capa do livro é impecável e linda. A única coisa que eu não gostei foi a mulher ser loira e não uma mulher de cabelos negros, já que Jéssica tem cabelos negros e olhos cinzas que lembram uma tempestade em formação. Tirando isso a capa é a mais bonita desse livro já lançadas pelo mundo.

Esse é o terceiro livro de uma série de diversos livros sobre Lorde Train e Jéssica, mas que os outros volumes só serão lançados em breve. O primeiro e segundo ainda não foram lançados, já que Loretta quis que o terceiro fosse divulgado antes.




2 Comentários

  1. Eu amei esse livro em todos o sentidos. O humor foi predominante e o romance foi bem doce, gostei de como foi trabalhada a sociedade. Percebemos que nem os ricos se safam de fofocas e nessa época era o que mais ocorria. A Loretta soube conquistar e eu amei esse casal.

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  2. Oioi eu te indiquei pra responder a tag libster award, esse é o link http://estreladecarbono.blogspot.com.br/2016/05/tag-liebster-award.html#more
    Assim que responder me avisa okay, beijinhos

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